sábado, 27 de setembro de 2008

Os temores (ridículos) dos vinte e poucos anos

Quando a gente tem vinte anos, algumas coisas são boas, outras, nem tanto. Conversando com uma amiga no msn (grande fonte inspiradora de posts), ela disse que toda vez que tem a felicidade de ter sexo em quantidade, se lembra de mim. Fiquei lisonjeada até ela me contar porquê.


Namorei com um cara à distância aos meus vinte anos, e o via muito pouco. Conheci-o quando fui passar férias na casa da minha avó e só o dava para encontrá-lo nas férias quando ia para BH com a minha família, porque, como estudantes, não tinha grana para bancar estas viagens. Como o tempo para ficarmos juntos era muito curto, eu aproveitava o máximo. A mãe e o irmão, que moravam com ele, passavam o dia fora, porque trabalhavam num hospital. Ele, que trabalhava com programação, ficava em casa mesmo. Então, nos trancávamos no apartamento. E é aí que minha amiga se lembra de mim... porque eu só descia pra comprar camisinha. Na mesma farmácia que minha tia frequentava. Ficava morrendo de medo do pessoal da farmácia me reconhecer ou do que iam pensar de mim, comprando aquele tanto de camisinha.

Coisas dos vinte e poucos anos. Hoje, se entrar na farmácia para comprar um monte de camisinhas, entro toda orgulhosa e faceira. Não é todo mundo que pode se orgulhar de ter com quem gastar tanta camisinha!

Já não tenho medo de ir comprar anticoncepcional, nem de me aplicarem o injetável na bunda. Compro pomada ginecológica na boa. Ah, como é bom ter trinta...

2 comentários:

ponto G disse...

Cara, eu me lembro que comprar um absorvente era vexatório. Fala sério! To vendo uma série só de adolescentes, chama-se Skins, é legal. Me faz lembrar como éramos. Tem uma cena por exemplo que a Cassie, personagem principal que sofre de anorexia (doença moderna e que não tinha na minha época), fica na sacada pensando "Se vc gosta de mim olha pra cima", isso para um garoto que está só passando lá embaixo..rsrsr.

28 de setembro de 2008 às 04:58
Criska disse...

Hoje topei com uma cena similar. Estava no caixa de um grande supermercado; a mulher na minha frente passa as compras e ficam por último: um vidro de azeitonas e dois pacotes de preservativos Olla Large :)

A caixa pergunta "estes também são seus?". Ela diz "sim", porém sem nem olhar para os lados.

Vivemos hoje um mix transitório do conservadorismo para a liberdade total feminina. Ainda estamos aprendendo a lidar com isso.

28 de setembro de 2008 às 15:55