quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ajudar não dói (depende)


Alguém aí se lembra daquele desenho: Eek the cat? Um gatinho azul, gordinho, inimigo do cachorro Shark?






A frase célebre do Eek era: "ajudar não dói". E por causa desse conceito ele se metia em cada uma pior que outra em nome do espírito de solidariedade. Eu sou meio Eek. Quero sempre ajudar as pessoas, mesmo que elas não me peçam. E por causa disso, descobri que, às vezes ajudar dói sim, e muito.
Olha a carinha do Eek
O que é um favor acaba virando uma obrigação e as pessoas não acham que você só "queria ajudar". Vamos citar exemplos, hipotéticos. Imagine que alguém te peça um favor do tipo: pegue para mim o telefone de beltrano e sicrano por favor? Você consegue o número a duras penas e repassa ao interessado. Em seguida, ele volta com e diz, sem pretensão nenhuma: "Não consegui falar nesses números, acredita?". E você: "Vou tentar conseguir outros". E pensa: afinal, ajudar não dói.

Depois de mais umas horas, você consegue o número. Repassa de novo para a figura. Ela volta em minutos: "Faz o seguinte, você pode ligar para mim, é que tenho que sair e você conhece a pessoa...." Era só um favor e agora você já tem a obrigação de ajudar. Mesmo assim, você respira e pensa: tudo bem, ajudar não dói, e diz: "Tá bom, me passa o seu telefone que passo para a pessoa". Passado um tempo você liga, milagrosamente, consegue falar e diz: "Olha, fulano pediu para eu te ligar ele quer falar com você e quer que retorne no número X". Você não sabia do que se tratava, você não fazia idéia do assunto que ambos poderiam dizer, apenas disse: ligue para fulano no número x.

Mas acontece que, dois dias depois que as duas figuras falaram de coisas que você nem faz idéia, uma terceira pessoa aparece: seu chefe. Te chama numa ligação mais seca do que o Tocantins (que está há 5 meses sem chuva, 44º , e umidade relativa do ar abaixo do normal): "Eek the cat, venha à minha sala". Você já vai preocupado. Ele começa fazendo rodeios...mas vai ao ponto quando você faz cara de quem não está entendendo nada.

- Sabe o que é Eeke, beltrano (aquele que te você apenas ligou fazendo um favor à figura) veio aqui nos cobrar uma grana e ele falou em você, disse que você tinha ligado para ele.

É isso meu caro Eek. Você se lascou. Queria ajudar e se lascou. Não importa o que você diga, foi com você que o beltrano falou. É do seu nome que ele se lembrava. Primeira lição de que: ajudar dói.

Eek se lascando com seu arquinimigo Shark

Um outro exemplo eu vi na net. Em Araranguá - não me pergunta onde fica -, depois da experiência vivida numa madrugada, o pescador AC, 39, vai pensar duas vezes antes de dar uma carona para ajudar alguém.

Ele estava com a moto estacionada perto de um clube no Morro dos Conventos quando um sujeito aparentemente desesperado se aproximou pedindo uma carona, dizendo que foi avisado que o filho pequeno teria ficado muito doente, e por isso, ele teria urgência em chegar em casa.

Movido pela solidariedade, a vítima pegou a moto, e convidou o caroneiro. Numa ruazinha muito escura, o caroneiro disse que morava por ali, e que queria desembarcar, mas antes pediu um dinheiro para o bom homem, alegando que seria usado para comprar remédios para a criança. O motorista então desceu da moto, e como estava escuro, resolveu usar o farol da moto para contar o dinheiro, e ver com quanto poderia colaborar. Nesse momento, o falso pai desesperado atacou o benfeitor, roubando R$ 140 em dinheiro, e ainda tentando levar a moto, que segundo a vítima, só não conseguiu porque os dois entraram em luta corporal, e como o dono da moto era mais forte, o larápio fugiu ao perceber que ia perder a parada.
Não que não devamos ser mais solidários. Mas vale aquele velho ditado "Apanha com o cajado quem se mete onde não é chamado".


E dependendo da situação diga NÃO. Ajudar às vezes dói.




Faxineira .(ponto) G








3 comentários:

Anônimo disse...

ok...tbm me sinto um Eak...de vez em sempre...o que é brabo é o fato de você ajudar e a pessoa interpretar como obrigação...as pessoas tinham que ser menos folgadas...e qdo um que ajuda diz um não...o outro já fica de mal...tirrivi...tirrivi...

18 de setembro de 2008 às 06:50
Aquiles Lins disse...

Ruim é quando a pessoa pensa que te fez um favor e insinua (ou diz na sua cara mesmo) que vc é obrigado a retribuir.

Ajuda se dá espontaneamente, sem querer nada em troca.

ou pelo menos deveria ser.

19 de setembro de 2008 às 11:56
ponto G disse...

Verdade Aquiles...ajuda se dá quando se quer...mas às vezes ajudar dói. E não há problema em dizer não. Eu acho o "não" uma boa palavra.

19 de setembro de 2008 às 12:18