quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Jovens demais para morrer


No alto dos meus 28 anos eu sempre pensei que era imortal. Dizem que é normal, antes dos 40, pensarmos que somos imortais. Pensei isso até o início desta semana, quando, do nada, meu coração foi a 168 batimentos por minuto quando o normal é entre 80 a 100.



Não fumo, bebo bem menos que na adolescência, sou sedentária (isso precisa mudar), levo uma vida normal, só que trabalho muitooooo...... De repente, me vi deitada sentindo, literalmente, o coração na boca. Sim! Passa um filme na cabeça da gente e foi por ver esse filme e pensar que não queria chegar ao fim, que eu disse: "Quero ir ao médico!" É difícil morrer. Posso estar exagerando, mas nos últimos segundos a gente deve mesmo se apegar à vida. Tava lendo um livro do Rubem Alves, "Ostras felizes não fazem pérolas" e havia uma das crônicas que falava exatamente dessa dificuldade. Um menino no leito de morte pede ao médico: "Doutor, me ajuda a morrer".


Estou com este texto rascunhado há dois dias, mas só postei agora porque sei que sou jovem demais para morrer. E que não é minha hora. Sinto isso, em meu coração, que, aliás, é bom, acabei de saber que não tenho absolutamente nada com ele....que pode ser um monte de outras coisas, ou pode ser nada. Que é o mais provável. Mas tudo isso me fez pensar em uma coisa, no modo como levamos a nossa vida.


É preciso leveza para aceitar que nada é pra sempre e que o que vale mesmo é isso agora. Esse momento exato em que você lê este texto...o momento exato em que eu escrevo, mas quando você o ler o meu momento já terá passado. E o que você fará com o que eu escrevi já não me importa porque isso é futuro e não posso prevê-lo.


É isso.

Faxineira Ponto G

5 comentários:

Marinha do Brasil disse...

Dar valor nas pequenas coias , dar valor às pessoas, dar valor à vida... sempre vivi aproveitando cada segundo...nem que fosse sem fazer nada, mas sabendo que aquele momento era meu e de mais ninguém, os pensamentos também e até a sensação do ar passando por meus pulmões...admiro o vento, os passarinhos, as plantas, as formiguinhas e as horas que tenho qdo eu caminho ou quando sento na grama e olho para os carros e pessoas passando dentro deles...admiro a vida! e agradeço a Deus por essa oportunidade... e peço desculpas se não estou usufruindo com deveria estar!

16 de outubro de 2008 às 12:12
Aquiles Lins disse...
Este comentário foi removido pelo autor. 16 de outubro de 2008 às 12:39
Aquiles Lins disse...

Ao menos você atinou a tempo, faxineira pontoG.

Enquanto a vida não nos dá um "se liga" do tipo que você descreveu (ou pior), vamos vivendo como se estivéssemos no Google Earth, com imagens de dois anos atrás.

Melhor arriscar um ato de ousadia e fazer o que você teve vontade naquele momento, a ter os sonhos dominados pelo Futuro do Pretérito.

16 de outubro de 2008 às 12:40
Diana Bitten disse...

É, a vida de hoje nos leva a ter momentos de ansiedade crônica, acredito que seja isso que pode ter acontecido com vc. Sintomas como "luta ou fuga".

Temos que rever nosso conceitos diariamente e vermos se estamos vivendo da forma como queremos ou que achamos correta conforme padrões externos.

16 de outubro de 2008 às 15:46
Criska disse...

Ou seja, deixa de ser stressada, mulher! Volte para a praia, volte..rs

17 de outubro de 2008 às 05:13