domingo, 28 de setembro de 2008

Canção dos homens


Esse vai, principalmente, para os homens que são leitores desse espaço...


Hoje lendo alguns jornais, blogs, leituras por ai, bati os olhos nesse texto da Lya Luft... Gosto muito do trabalho dessa escritora e , esse texto traz uma reflexão sobre o quanto nós, mulheres, que, as vezes, já fomos (e ainda somos) tão injustiçadas pela nossa cultura, também algumas vezes somos injustas com os homens.


Segue abaixo alguns trechos do texto. É sempre bom para para pensar, ver/ouvir o outro lado, ainda mais quando quem expressa o que ele sente é uma escritora como Lya Luft.




CANÇÃO DOS HOMENS




Que quando chego do trabalho ela largue por um instante o que estiver
fazendo – filho, panela ou computador – e venha me dar um beijo como os de
antigamente.Que quando nos sentarmos à mesa para jantar ela não desfie a
ladainha dos seus dissabores domésticos. E se for uma profissional, que divida
comigo o tempo de comentarmos nosso dia.
(...)

Que ela não me humilhe porque estou ficando calvo ou barrigudo, nem comente
nossa intimidade com as amigas, como tantas mulheres fazem.Que quando conto uma
piada para ela ou na frente de outros, ela não faça um gesto de enfado dizendo
“Essa você já contou umas mil vezes!”

Que ela consiga perceber quando estou preocupado com trabalho, e seja
realmente carinhosa, sem me pressionar para relatar tudo, nem suspeitar de que
já não gosto dela. Que quando preciso ficar um pouco quieto ela não insista o
tempo todo para que eu fale ou a escute, como se silêncio fosse sinal de falta
de amor.
(...)

Que com ela eu também possa ter momentos de fraqueza e de ternura, me
desarmar, me desnudar de alma, sem medo de ser criticado ou censurado: que ela
seja minha parceira, não minha dependente nem meu juiz.

Que cuide um pouco de mim como minha mulher, mas não como se eu fosse uma
criança tola e ela a mãe onipotente; que não me transforme em filho. Que mesmo
com o tempo, os trabalhos, os sofrimentos e o peso do cotidiano, ela não perca o
jeito terno e divertido que tanto me encantou quando a vi pela primeira
vez.
(...)

E que se erro, falho, esqueço, me distancio, me fecho demais, ou a machuco
consciente ou inconscientemente, ela saiba me chamar de volta com aquela ternura
que só nela eu descobri, e desejei que não se perdesse nunca, mas me contagiasse
e me tornasse mais feliz, menos solitário, e muito mais humano.


Postado por faxineira Lady D.

5 comentários:

Criska disse...

Temos que ler isso duas vezes por ano para lembrar que relacionamento é uma via de mão dupla. Agora, por favor, poste a Canção das Mulheres também...hehehehe

28 de setembro de 2008 às 12:13
Diana Bitten disse...

Muito Interessante, devemos mesmo pensar inúmeras das nossas atitudes.

As fazemos sem querer, muitas vezes, mas não se justificam.

28 de setembro de 2008 às 18:32
Marinha do Brasil disse...

amiga, deve ser por isso que eu nunca me casei...

29 de setembro de 2008 às 11:20
Aquiles Lins disse...

É isso aí!

Esse deveria ser um texto de cabeceira para toda mulher!

29 de setembro de 2008 às 12:37
Sônia Pugas disse...

Excelente texto! Isso mostra que os homens sao exatamente como as mulheres, as diferenca e que nao expoem os pontos fracos, e recorrem a Lya Luft. Agora e so tentar colocar em pratica, a teoria...

30 de setembro de 2008 às 07:04