quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Qual é o pente que te penteia?
Cresci ouvindo minha mãe dizer: " - Cuida desse cabelo menina, porque o cabelo é a marca feminina de uma mulher. Cabelo tem que tá bonito! Pra mim, como boa leonina, meu cabelo ia além disso: É a minha juba! me define!
E a minha juba nunca pegou leve comigo. Assim como eu, foi amadurecendo foi alisado, pintado,
penteado e mudado tantas vezes quanto a minha necessidade de me encontrar e me conhecer. Que mulher, nunca cortou ou mudou radicalmente as cores do cabelo, porque terminou um relacionamento, saiu do emprego antigo ou sentiu que está entrando em uma nova fase?
O pior é que além de toda essa carga pessoal, ainda temos toda a carga social que delimita a beleza a um cabelo liso e chapado. Aí saimos às ruas e lá estão todas iguais: e a impressão que nos passa é que todas as mulheres pensam igual ou tem os mesmo gostos e estilos, ainda bem que parece que estes tempos estão mudando. Um íten que me deixou feliz este ano, foi andar pelas ruas e visualizar mulheres negras assumindo seus lindos cabelos afros... cacheadas, encaracoladas, curtos, longos, coques, chiques, comportados e até um assanhado cheio de estilo. Sim! assanhado por personalidade! por significado.
Na TV, aboliram o corte ombro e liso que o padrão global
delimitava.... É bom ligar a tv e ver diversas brasileiras lá: de
cabelos longos, crespos, louros, vermelhos, encaracolados... é bom nos
identificarmos.
Em algumas culturas, o aspecto dos cabelos assinala diferenças sociais
ou profissionais; já em outras, atende a exigências religiosas ou até
mesmo a posicionamentos políticos. Como disse anteriormente, além de compor a moldura do rosto, os
cabelos sinalizam formas de encarar a vida e, muitas vezes, importantes
mudanças do comportamento pessoal. Cortá-los, penteá-los, pintá-los de
acordo com os próprios desejos são maneiras que cada um tem de demarcar
sua individualidade.
Afinal, os cabelos também contam o nosso humor, a nossa estima.. Demonstram quando queremos dizer: Ei! não acordei bem hoje, coloco uma faxinha porque não quero nem decidir nada!... ou ... Ei! viu como sou elegante... determinada.. rebelde... podemos ser várias ou apenas uma só.... mas principalmente, aprendemos a respeitar os outros e a nós mesmas!
Em nossa sociedade as pessoas primeiro criticam para depois e bem
depois aceitarem as diferenças. Já tive cabelo longo, curto, liso,
encaracolado,louro, vermelho, preto azulado.... Mas a cada mudança vinha um enorme desafio: “como vou ser vista
pelo mundo?”
Hoje, aos 30 anos, quero que o mundo me veja como ele
achar melhor. Para mim, o que mais importa é como eu me vejo, é tentar descobrir e aceitar quem eu sou....e principalmente respeitar a mim mesmo e a individualidade dessa imensidão de cabelos diferentes que dividem comigo esse mundo fantástico que nos abriga.
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