O fim do "até que a morte os separe"
Faxineira Fá
P.S: De volta à ativa!
Quem ainda não viu o filme Divã, deixo aqui minha recomendação: vale a pena parar por cerca de 1h30 em frente à tv ou ao cinema e vê-lo. Assisti no último final e semana e fiquei muito emocionada. Chorei e ri, na mesma proporção.Veja o trailler abaixo.
Independente da nossa idade, todas nós somos Mercedes - personagem de Lília Cabral que está divina na pele de uma senhora de meia-idade que começa a questionar seus 20 anos de casamento e sua vida, que é simples, porém feliz - até então. Uma das passagens divertidas é quando Mercedes vai ao salão de beleza e, depois de anos fazendo o mesmo corte, pede que o cabeleireiro (uma bicha louca, diga-se) repique as madeixas. Ele o faz, mas alerta: tem que ver o que está por trás desse repicado da Mercedes porque mulher quando repica, só pode ser uma coisa, H-O-M-I.
Ele tem razão. A primeira coisa que nós fazemos quando queremos enterrar um falecido ou começar uma nova relação é mudar o cabelo. Quanto mais mudanças fizermos, mais mudanças há internamente. A cor é um sinal: pintá-lo de vermelho ou loiro e cortá-lo curto ou repicado, pode ter vários significados. Loiro, como diz a personagem do filme pode ser para esconder a idade. "Mulher não envelhece, fica loira". A bicha logo defende: "Quando uma mulher repica um cabelo é porque alguma coisa de formidável está acontecendo na vida dela. E o que de mais formidável pode acontecer na vida de uma mulher?"
Bom, não contarei o filme, para não estragar a surpresa. Mas se mandar repicar, já sabe.
Faxineira Ponto G
Mau humor. Com "U ou com "L""? Hoje eu acordei de mau humor, mau - contrário de bom. Não que eu seja uma pessoa mal humorada (contrário de bem), no geral eu sou até super bem humorada.
Mas, felizmente, sou humana. E nem eu consigo ser alegre o tempo inteiro (veja o vídeo da música). E nem é bom. Seria uma hipócrita - uma maldita mentirosa - se todos os dias eu acordasse feliz e saltitante. Desconfie de gente alegre demais, essa pessoa pode estar atuando.
Todos vivemos percalços e momentos não tão felizes, e isso precisa ser respeitado. O engraçado é que fico em silêncio no mau humor. Primeiro xingo um pouco, esbravejo contra o mundo e depois me calo. O silêncio é libertador. E acho até que as pessoas não estão habituadas a ver gente que é sempre feliz, estando um pouco mais triste, desanimada e mal humorada.
Vi comentários assim: "Fica assim não que não vale a pena". Eu sei que não vale a pena, sei que mau humor causa envelhecimento precoce, ,entre outros fatores: mas eu quero ter o direiro ao meu mau humor. PelamordeDeus!
Abaixo a felicidade ilimitada. Viva o mau humor, só por hoje.
Faxineira ponto G
Não adianta, sábado para mim é dia de faxina. E eu fico muito mal humorada quando tenho que faxinar a casa e tem alguém ali, rondando, pisando com seus pés molhados, sujos e grandes.
Sempre foi assim. Quando morava com meus pais, pedia que todos deixassem a casa aos sábados e me irritava que, sempre quando eu limpava a cozinha, alguém tinha sede e lá ia-se embora todo meu esforço. Agora, morando junto, há muitos mais elementos irritantes numa faxina.
O primeiro fator é que por mais que seu namorido, marido, companheiro - ou seja o que for - seja dedicado a te ajudar, ele de fato não entende de limpar coisas. Acho que não entende e não gosta. Então, por mais que enquanto você sua igual a um cuzcuz para se abaixar suficientemente a ponto de alcançar aquela sujeirinha lá embaixo da cama, ele grite da sala: "quer ajuda?", ele está apenas sendo gentil, não se engane.
E se você diz, "quero sim, amor, você pode limpar o chão da cozinha enquanto lavo a área?" Você pode se arrepender, não por maldade, mas simplesmente faxina não é a deles.
Eles não têm esse costume e vão fazer meio por cima, e eu sou super exigente. Tenho um problema sério de faxina inacabada, ou mal feita. Odeio.
Outro ponto que precisa ser colocado é que, durante a faxina, que ele evite nos tocar. A gente está suja, suada e com a roupa menos sexy do planeta: short de cotton, camiseta qualquer de propaganda política ou de alguma promoção de loja, e o cabelo horrendo. Apesar da faxineira Lady Dy ter dado sugestões sexys, é preciso optar em ser sensual e ter a casa limpa de fato. Num sábado de tarde, eu fico com a segunda opção. Isso me lembra uma fase da minha vida quando eu jogava handbol, e vinha toda suada dos treinos. Era nesse momento que eu era mais cantada. Vai entender a cabeça masculina. O fetiche por faxineiras de short de cotton e blusa de campanha eleitoral é fato.
Como você não inclui seu homem nas tarefas da faxina e nem cede aos apelos dele para aproveitarem o sábado de uma maneira, bem, digamos mais sensual: ele dorme (creio que faria o mesmo). Mas você fica enfurecida. Afinal, você está dando um duro danado na casa enquanto o bonitão tira o sono da beleza. Para se vingar, limpa toda a casa, vai ao salão, fica linda e não cede aos caprichos por mais algum tempo: põe a culpa na escova que fez ou nas unhas que estão recém-pintadas.
Homens podem sofrer nos outros dias, mas no sábado o sofrimento é todo feminino, até quando a faxina é na gente mesma a dor não é minimizada, cutículas, depilação e escova são dolorosas também. É preciso muita habilidade para ser faxineira e ainda não se irritar.
Faxineira ponto G
É comum vermos filmes e artigos sobre mulheres:
"Do que as mulheres gostam"
"O que as mulheres querem"
"Como entender as mulheres"
Só que muita coisa tem mudado no mundo e agora é comum analisarmos o universo masculino. Filmes como: "Ele não está afim de você" e livros como “O segredo das mulheres apaixonantes”, escrito por um homem (Eduardo Nunes), entre bilhões de outros, tentam nos mostrar o que se passa na cabeça masculina - nas duas.
É legal também perceber que a nossa visão e nossos comportamentos estão mudando em relação aos homens e vice-versa. Estamos mais de olho neles, interessadas por eles, por entendê-los.
Hoje, lendo a Veja desta semana, me deparei com uma entrevista nas páginas amarelas do psicalista Contardo Calligaris (clique e leia que vale a pena), sobre como funciona o cérebro dos homens. E fiquei muito solidária a eles. Realmente a sociedade moderna não favorece muito os homens. Numa boa, eles estão em fase de adaptação a todas as mudanças dos últimos 50 anos de liberação sexual, política e social feminina.
O especialista disse que tudo que os homens querem é que suas mulheres tenham tempo para cuidar deles. "A verdade é que eles querem muito ser cuidados", disse Calligaris. Isso me incucou. Eu, pessoalmente, não sou muito boa nisso, em cuidados. Tenho aprendido a ser mais cuidadosa, mas ainda estou longe do ideal.
Outro ponto interessante da entrevista, é o fato de os homens mentirem sobre sexo. Eles não pensam tanto em sexo como dizem que pensam, segundo o Calligaris. Mas o que fica mesmo é: puxa vida, os homens sofrem mesmo. Leiam e deliciem-se.
Faxineira ponto G
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